domingo, 14 de agosto de 2011

Encontro de História - UNIMONTES

Ocorreu na semana passada o VIII Encontro de Estudantes de História e I Encontro de Pós-Graduandos em História da Unimontes. O evento foi prestigiado pelas professoras Heloísa Buarque de Almeida (USP), Maria Amélia Garcia (UFG) e Mariana Libânio (Ohio University). Cada professora proferiu conferência sobre assuntos diferentes, mas todos relacionados ao tema do encontro que era "História e Identidades".
A professora Heloísa apresentou o tema "Identidades e diferenças numa visão antropológica" por meio de "dois eixos de discussão: a) identidade étnica e b) o problema da identidade e da diferença em termos das políticas identitárias e dos marcadores sociais da diferença - raça/cor, gênero, sexualidade, geração, etc" (palavras da própria professora).
Já a professora Maria Amélia Garcia mostrou, com entusiasmo, o estudo em que analisa o sertão na perspectiva de Guimarães Rosa, de Euclides da Cunha e de Hugo de Carvalho Ramos. O título da conferência foi "A identidade sertaneja na literatura regionalista: Rosa, Euclides e Hugo de Carvalho Ramos". No dia 12/08, sexta-feita, ocorreu o fechamento do evento com workshop e palestra da professora Mariana Libânio. Os estudiosos e entusiastas da história das mulheres bem como da escravidão - e todos que estavam por lá - tiveram a oportunidade de ouvir e aprender um pouco mais sobre o tema "Mulheres de origem africana e estratégias sucessórias nas Minas Setecentistas". A apresentação foi de alto nível. No entanto, muita gente perdeu a oportunidade de não só prestigiar o evento, mas também participar do que está acontecendo do mundo da pesquisa histórica.
Parabéns a todos que apresentaram seus trabalhos por meio de comunicações e que não perderam a oportunidade de crescer um pouquinho mais na pesquisa.

domingo, 7 de agosto de 2011

As músicas atuais e as mulheres

Já recebi três ou quatro vezes um e-mail daqueles estilo "corrente" sobre a "evolução" da música no Brasil. A mensagem diz das diversas músicas usadas na arte de conquistar as mulheres desde a década de 30 até os dias atuais. Isso me fez lembrar mais vez o polêmico assunto sobre o famigerado projeto da Dep.Luiza Maia da Assembleia Legislativa da Bahia.
A maneira como boa parte da imprensa televisiva (destaque para a Rede Globo) mostrou o assunto foi impressionante! A maior parte das pessoas entrevistadas eram contra o projeto da Deputada. As pessoas mal sabiam do que se tratava de fato...
O projeto que visa à proibição de o Estado contratar bandas denigram a imagem das mulheres não é algo absurdo! Não contraria o direito de expressão ou mesmo a liberdade dos artistas! O projeto da Deputada Luiza Maia apenas é coerente com as mais recentes discussões sobre direitos humanos, especialmente, os direitos das mulheres. Um Estado que possui leis que não admitem a violência contra as mulheres também não pode ser conivente e pagar a artistas para que falem delas como objeto de erotismo ou afins.

Em nenhuma das reportagens transmitidas foi enfatizado que o que se quer proibir é que o Estado contrate esses artistas! Frisou-se apenas que seriam proibidas as tais músicas!
Têm-se a consciência que a cultura do erotismo é comum em grande parte da história do Brasil. Acabar com isso é tarefa impossível! No entanto, não se está dizendo acerca de acabar com uma cultura de séculos... o que se reivindica é a verdadeira evolução da justiça. Se há leis que persigam o escopo de proteção de alguns direitos que as mulheres levaram anos para conseguir, por que iremos regredir? Não faz sentido! É uma questão de coerência! Uma pena que o que transmitido à população não corresponde aos seus verdadeiros interesses, mas sim aos de grupos privilegiados.
Será por quanto tempo vamos continuar nos deixando manipular?

Temos que acordar e agir! Não para reações feministas, mas para a reivindicação dos direitos humanos!